Dermatofitose em Gatos e um bebé recém chegado

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Não entendo nada de psicologia felina, mas percebo que as minhas gatas tenham sentido uma grande mudança quando o nosso bebé chegou a casa, e até um pouco antes, com as alterações que foram sendo feitas ao longo desses 9 meses nas nossas rotinas, nas nossas assoalhadas e no corpo da sua dona. Como é sabido, os animais sentem o nervosismo e a ansiedade dos donos.

Parece que o stress nos animais pode resultar, tal como nos humanos, num enfraquecimento do sistema imunitário, ficando mais susceptíveis, e de um momento para o outro apanham coisas esquisitas!

Por toda a nossa casa, começaram a aparecer tufos de pêlo, maiores e mais assiduamente do que o normal. Ainda pensámos que os combates na nossa ausência estivessem mais intensos. Mas depois notámos as orelhas e a barriga das gatas com prurido e já a descamar, ficando feridas de tanto coçar. A necessidade de lamber constantemente as zonas afectadas também não passava desapercebida. A Gata Mia, de pêlo médio, cruzada de Persa, era a mais afectada. A sua barriga foi ficando, dia após dia, com menos pêlo, até ficar completamente despida, deixando ver a sua cor rosada. A Gata Pimenta, cruzada de Bosques da Noruega, apesar do pêlo comprido, continuava a exibir um bom “casaco”, com pequenas peladas menos notáveis.

-“Aqui há gato!” – pensámos, e é melhor satisfazer a curiosidade, senão quem “morre” somos nós!

O que fizemos

Liguei para a minha “consultora de gatas”, irmã mais velha, tratadora de animais e técnica auxiliar de veterinária. Com vinte anos de experiência a lidar com quatro patas, a alimentar, passear, cuidar, mimar e conversar, o título de encantadora de animais assenta-lhe que nem uma luva.

Falei-lhe nos sintomas e nos vendavais de pêlos, e ela extremamente bossy, logo me disse que elas tinham “Tinha”, assim por telefone… Fiquei na dúvida mas normalmente ela acerta! Ordenou-me (!!!) que tirasse as gatas de casa imediatamente, pois o bebé e nós mesmos poderíamos apanhar.

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O que é?

Dermatofitose é o nome clínico para designar um tipo de infecção que ocorre nas camadas superiores da pele, mais conhecida como “Tinha”.

A dermatofitose é uma doença extremamente contagiosa e transmissível aos humanos, dependendo também do fungo que a está a causar, para além de outros factores.

Vet com elas e confirmação da “desgraça”, através de uma extracção de pêlo na área afectada, que é colocada em cultura.

Os fungos que causam a “dermatofitose comichosa” (nome científico inventado por mim depois deste episódio), podem estar presentes em qualquer sítio, e já existirem há bastante tempo no gatito, mas começarem a “pintar a manta” em situações de vulnerabilidade dos animais.

Três semanas em casa da mana, tosquia completa, banhos quase diários com champô de tratamento específico, um mês de tratamento via oral e pomada nas feridas. As Felinas é que não ficaram lá muito encantadas com a situação!

Por estes lados, a casa foi totalmente desinfectada com lixívia, a roupa toda para lavar – tapetes, lençóis e todas as coisas onde as felinas tinham estado -.

Aparentemente nunca apanhámos nada. Ao fim de três semanas lá voltaram para casa, pois agora o perigo de contaminação seria muito menor e pouco provável.

No final tudo resultou

Puderam então travar um conhecimento mais aprofundado com o novo mini inquilino da casa, e escusado será dizer que me foi impossível vedar-lhes o acesso a qualquer zona, inclusivamente à nossa colcha da cama. Faziam tanto chinfrim se lhes fechávamos a porta, que fomos vencidos pelo cansaço. Queriam estar sempre perto do bebé, como se o quisessem proteger.

Continuaram o resto do tratamento e banhos em casa, dados pelo marido, pois eu sou mais daquele género mariquinhas quando lhes vejo as garras: -“Ai não queres? Então não se fala mais nisso!”

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Enquanto tomavam banho, danadas a miar, ouvia o marido responder às leoas: – “Quem disse que os gatinhos não tomam banho? Vamos lá a acalmar senão em vez de um, tomam dois”. Coitadinhas…
Para terminar, de que é que o gato mais gosta? Secador de cabelo!!!

Felizmente acabou tudo em bem e foi possível tratar e manter saudáveis todos os nossos “bebés”.

Maria Cristina Pimentel
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