Crianças, Alergias e Pets

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Todas as crianças sonham em ter um gato ou um cão. Mas, e quando temos uma criança com alergias? Normalmente alergias e animais de estimação são para os pais duas palavras incompatíveis, evitando ao máximo o contacto dos seus filhos com animais, caso as crianças sofram de alergias.

Estudos recentes indicam que existem benefícios no contacto precoce com animais, em termos preventivos de problemas alérgicos em idades subsequentes.

A maioria da população associa a alergia a cães e a gatos ao seu pêlo. Contudo, a causa de alergia a estes animais deve-se a uma sensibilidade elevada a uma proteína (alergeno) presente na saliva e nos detritos de descamação cutânea (caspa), ficando estes aderentes aos pêlos dos animais e acabando por se espalhar facilmente pelo ambiente em que o mesmo habita e causando reações alérgicas nos indivíduos sensíveis a esta proteína.

Existem algumas raças de cães e de gatos cuja produção deste tipo de substância é mais reduzida, e em que a queda de pêlo é praticamente inexistente. Estas raças são apelidadas, por muitos, de raças hipoalergénicas. Tenha atenção que não existe nenhum cão nem gato que seja 100% livre destes alergenos, podem é apresentar características que os tornem menos propensos a causar reações alérgicas.

Saber que existem alguns animais com estas características, faz com que alguns pais ponderem a hipótese de ter um amigo de quatro patas em casa, mesmo com crianças com problemas desta natureza.

Como escolher?

  • O animal deve apresentar um pêlo que não caia ou que caia em pouca quantidade e deve ser, preferencialmente, de pequeno porte, pois quanto menor a área corporal menor a quantidade de alergenos que estarão presentes no ambiente que ele ocupe.
  • Como exemplo de algumas raças de cães “hipoalergenicos” temos o Cão de Água Português, o Caniche,  o Schnauzer (todos os tamanhos, embora a escolha mais adequada seja o Schnauzer pequeno), Bichon Frise, e raças sem pêlo como Chinese Crested Dog.
  • Em relação aos gatos, a questão é muito semelhante, mas uma vez que faz parte do comportamento normal dos gatos lamberem-se para se lavarem, vai haver uma maior probabilidade de espalharem proteína alergena pelo seu corpo.
    • Algumas raças produzem menor quantidade desta proteína presente na saliva, ou não têm pêlo como os Sphynx ou pêlo mais curto e  que cai  pouco, como os gatos Rex (Devon Rex, ou Selkirk Rex, por exemplo).

Minimizar reações adversas

Para além da escolha adequada de uma raça, é importante ter em mente que existem várias medidas a tomar para minimizar reações adversas.

  • A escovagem diária de todo o corpo do animal é muito importante, devendo ser feita por alguém sem alergias, e de preferência na rua, para evitar que os pêlo mortos e caspa se espalhem pela casa.
  • Proibir a entrada dos animais em algumas zonas da casa, como por exemplo o quarto da criança,  evitando que a cama da mesma fique suja com pêlo e saliva do seu amigo patudo, minimizando o risco de reações.
  • Quando existem crianças com alergias, nunca deve ser esquecido que antes de se tomar a decisão de adquirir um animal de estimação, deverá informar o alergologista que segue a criança e pedir a sua opinião. Este é um ponto muito importante pois cada caso é diferente existindo situações em que será completamente contra-indicado haver contacto com animais. Ninguém melhor que o médico que segue a criança para o ajudar a decidir.
  • Deve procurar criadores ou alguém que tenha animais da raça que escolher e fazer várias visitas e observar se surgem alguns efeitos adversos, antes de introduzir permanentemente em sua casa um animal.

Permitir que a criança tenha um cão ou gato será sempre um motivo de grande alegria para ela, e para toda a família.
Não deve esquecer que o seu novo amigo deverá ser seguido por um veterinário, receber alimentação adequada e ser vacinado e desparasitado, para seu bem estar e de todos que com ele vivem.

Autor: Lúcia Vale Matias, Veterinária

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