As Pulgas Voltaram – Mas Como?

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A Maky era uma gatinha de quintal e quando veio para nossa casa, vinha cheia de pulgas. “Uma desparasitação e um banho, e fica como nova!” – pensei eu. Mas não foi bem assim.

Quando trouxemos a Maky para casa, ela vinha muito suja, pois era uma gata de quintal. Depois de lhe lavarmos as patinhas, deixámo-la explorar a casa à vontade. Foi a todas as divisões e a todos os recantos. Afiou as unhas no sofá e na carpete da sala. Deu turras nas nossas pernas e passeou por todo o lado. Quando nos fomos deitar, foi impossível mantê-la fora da nossa cama. Bem tentámos, é a verdade, mas o nosso coração mole cedeu em pouco tempo. Ela era pequenina e estava numa casa estranha. Não fomos capazes de a manter longe de nós. Estávamos em Dezembro e, como estava frio, veio aninhar-se no meu pescoço e ali dormiu a noite toda.

No dia seguinte de manhã, consegui ir com ela à clínica para uma primeira consulta. O que saltou logo à vista foram os cocós de pulga espalhados pelo pêlo todo. A veterinária colocou-lhe um desparasitante em spray no pêlo e aconselhou-nos a tentar mantê-la numa divisão só, para que as pulgas não se espalhassem pela casa. Foi aí que entrei um bocadinho em pânico. As pulgas podem espalhar-se pela casa?! Fiquei a pensar nisto. Sabia que o meu coração mole não me ia deixar manter a Maky isolada numa divisão.

Como é que podia evitar então que as pulgas se espalhassem… Mais tarde, liguei para a clínica e expus a minha preocupação. Aconselharam-me a colocar um insecticida antiparasitário próprio nas carpetes, sofás e tudo o que fossem tecidos e locais nos quais ela passasse mais tempo, para evitar uma possível infestação. Decidi comprar o produto, segui os conselhos da veterinária e as instruções da embalagem.

Agora sim, estava tudo alinhado: colocar o insecticida antiparasitário pela casa toda, lavar a roupa e as mantas da Maky diariamente a 90ºC, tudo para não dar hipótese às pulgas. Nesta altura, a Maky já estava habituada connosco e deixava que lhe catássemos as pulgas à vontade. Confesso que perdemos a conta. Como era possível que esta gatinha tão pequena, de 1,2Kg, tivesse tanta pulga?!

Passada uma semana, fomos novamente à clínica para ela tomar uma banhoca. As pulgas eram cada vez menos e tinha esperança que, com o banho, as restantes acabassem por sair. A verdade é que saíram quase todas, e as poucas que ficaram foram sendo eliminadas sem grande dificuldade. Tínhamos ganho a luta contra as pulgas! Ou assim achávamos nós…
Um mês depois, notei que a Maky se coçava e descobri que tinha pulgas outra vez. Levei-a novamente à clínica e não restaram dúvidas: as pulgas tinham voltado! Mas como era possível?!

Foi aí que a veterinária disse que, se ela não andava na rua, possivelmente tínhamos algum local contaminado em casa. Depois de conversarmos, percebi que não tinha descontaminado o sítio mais óbvio de todos: a transportadora dela. A Maky adoptou, desde o primeiro dia, a transportadora como a cama de eleição para as sonecas que faz durante o dia e passava lá muito tempo deitada. Apesar de lavar a manta interior diariamente, não descontaminei a caixa em si. Desparasitámos a Maky novamente e voltámos a descontaminar a casa com o insecticida antiparasitário, incluindo a transportadora dela. Desta vez, resultou. Hoje a Maky tem um ano e oito meses, pesa 4Kg e está livre de pulgas.

A nossa decisão foi a de adoptar uma gatinha de quintal, que não era desparasitada, vacinada ou esterilizada. Com esta decisão, abraçámos desafios com toda a experiência e inexperiência que tínhamos em cuidar de pets (ambos tivemos pets quando éramos novos). Temos aprendido muito e a relação de confiança que desenvolvemos com os nossos veterinários foi de extrema importância para garantir o bem-estar da nossa gatinha e cuidar dela com toda a atenção. Se desconfiar que o seu gato tem pulgas, contacte o seu veterinário. A resolução deste problema pode ser tão simples quanto passar um insecticida antiparasitário em casa, garantindo assim a saúde do seu pet.

Autora: Sara Fonseca – cat owner

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