Já ouviu falar da Febre Escaro-Nodular? E da Febre da Carraça?

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Nem só os nossos animais estão sujeitos aos efeitos negativos das picada das carraças. Por isso, pedimos conselhos à Dra. Filomena Reys (Médica de Clínica Geral) que nos falasse dos perigos de uma das “Febres da Carraça” em humanos – como evitá-la e como proceder se encontrarmos uma carraça num ser humano.

A Febre Escaro-Nodular (FEN) ou vulgarmente designada febre da carraça, é uma zoonose endémica, nos países da orla Mediterrânica e Sul da Europa.
É uma doença infeciosa causada por uma bactéria intracelular obrigatória – Rickettsia conorii. Sendo incluída no grupo das rickettsioses humanas, caracteriza-se por inflamação generalizada dos vasos sanguíneos resultando em diversos problemas por todo o organismo.
A FEN ocorre sobretudo nos meses quentes da Primavera, Verão e início de Outubro.
É uma doença, transmitida ao Homem através da picada de uma carraça (Rhipicephalus sanguineus) infectada com a bactéria. Para haver transmissão através da picada são necessárias entre 6 a 20 horas de parasitação pelo artrópode (tempo da carraça efetivamente “agarrada” na pele).
A doença é caracterizada pela Tríade de: febre alta, escara de inoculação (marca no local da mordida da carraça) e exantema maculopapular (vermelhidão confluente caracterizada por: máculas – pequenas manchas na superfície da pele; e pápulas – projeções pequenas na pele).
Pode surgir com febre moderada ou alta, dores musculares e de cabeça, náuseas, vómitos e perda de apetite. Após os primeiros sintomas, podem aparecer exantemas (manchas vermelhas na pele) que se disseminam por todo o corpo, incluindo nas palmas das mãos e plantas dos pés. Por vezes observa-se também uma lesão da pele no local da picada da carraça que é designada de escara. A doença dura habitualmente 5 a 7 dias mas necessita de tratamento com antibiótico, prescrito pelo médico.

Para prevenir, se for para o campo:

  • Evite áreas infestadas de carraças;
  • Use roupa de cores claras, cobrindo os braços e as pernas
  • Enfie as calças dentro das botas ou meias;
  • Inspecione o corpo e as roupas e retire com cuidado e sem esmagar qualquer carraça encontrada;
  • Especial atenção deve ser dada à cabeça e pescoço das crianças.

O que deve fazer se for picado por uma carraça:

  • Se encontrar alguma agarrada à pele, proteja as suas mãos com um papel ou com luvas para não entrar em contacto direto com a carraça e use uma pinça para retirá-la;
  • Pegue na carraça com a pinça, bem perto da pele, com cuidado;
  • Puxe devagar, até que todo o corpo (sobretudo a cabeça que tende a enterrar-se na pele) saia;

carraca

Rhipicephalus sanguineus a carraça responsável pela transmissão da Rickettsia conorii

  • Não torça a carraça quando a puxar com a pinça, para evitar que fique algum fragmento na pele.
  • Lave as mãos com água e sabão;
  • Limpe a picada da carraça com um líquido antisséptico ou com água e sabão;

Atenção: Se surgir febre, dores musculares e de cabeça, náuseas, vómitos e perda de apetite, entre 2 a 14 dias após a picada de uma carraça, deve de imediato recorrer ao médico – sem esquecer de avisar que foi picado.

Autora:  Filomena Reys, Médica de Clínica Geral

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