Tudo o que precisa de saber sobre dermatite atópica canina

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O que é a dermatite atópica?

Já ouviu falar em alergias? E em atopia? Estas duas doenças são uma realidade cada vez mais frequente, tanto no ser humano, como no seu melhor amigo. A atopia canina manifesta-se principalmente na forma de dermatite atópica, sendo correspondente ao eczema no ser humano.

A dermatite atópica é uma doença:

  • Alérgica  tal como nas alergias humanas, há uma reação exagerada do organismo quando este contacta com substâncias que normalmente são inofensivas. Estas podem ser desde pólenes, fungos da terra e ácaros do pó até mesmo a componentes da pele humana!
  • Inflamatória – a própria alergia vai causar uma reação inflamatória, que se pode traduzir em inchaço e/ou vermelhidão (eczema).
  • Crónica  acompanha estes cães para o resto da vida. Não se consegue curar, apenas controlar.
  • Pruriginosa – que causa comichão. Esta comichão acontece principalmente nas zonas onde há eczema.
  • Multifatorial – vários fatores diferentes contribuem para o aparecimento (ou não) da doença e para a sua gravidade. Estes podem ser divididos em ambientais e genéticos.

Os principais fatores ambientais (comprovados, até à data) que aumentam o risco de doença são:

  • Ser o único animal da casa – ter mais que um animal em casa diminui a probabilidade de um cão desenvolver dermatite atópica;
  • Estilo de vida – viver em grandes cidades, ao invés de viver em áreas mais rurais, aumenta o risco desta doença. Isto acontece porque estes cães passam mais tempo dentro de casa (estilo mais “indoor”) e estão expostos a uma maior poluição atmosférica.

Muitas vezes estes fatores ambientais são incontornáveis, pelo que a genética assume um papel significativo:

  • A dermatite atópica pode ser hereditária: um estudo recente sugere que quase 50% do risco de desenvolver dermatite atópica é determinado pelos genes do cão. Este risco é maior se ambos os pais forem atópicos, moderado se for apenas um e menor se nenhum tiver a doença.
  • Há um conjunto de raças que são mais frequentemente afetadas: West Highland White Terrier, Boxer, Bulldog Inglês, Bulldog Francês, Dálmata, Labrador Retriever, Golden Retriever, Pastor Alemão e Cocker Spaniel.

Que sintomas pode apresentar um cão com dermatite atópica?

pexels-photo-1751547Na maior parte dos cães, os primeiros sintomas iniciam-se entre os 6 meses e os 3 anos de idade. Alguns destes podem ser:

  • Comichão – é o sintoma mais comum. Ocorre mais frequentemente na cabeça, barriga e, principalmente, nas patas. Pode manifestar-se através de atos como coçar, roçar, morder e/ou lamber. Um dos sinais mais comuns a que pode estar atento é o lamber das patas! Ao contrário dos gatos, esta ação não é uma prática de higiene, mas sim um indicador de comichão.
  • Eczema – zonas de vermelhidão que aparecem mais frequentemente nos locais onde há comichão. Também podem aparecer zonas de pele que apresentem uma cor acastanhada mais escura.
  • Perda de pelo – quase sempre consequência de se coçarem excessivamente, quando a comichão é muito intensa. Como resultado disto, podem aparecer arranhões e feridas na pele.
  • Otites e conjuntivites – afetam até 50% e 60% dos cães com dermatite atópica, respetivamente. É caso para suspeitar desta doença quando um cão tem vários episódios de pelo menos um destes dois problemas. Além disso, podem aparecer infeções secundárias na pele, especialmente quando esta está mais fragilizada.

Estes sinais podem manifestar-se durante todo o ano ou apenas durante uma parte específica do ano. Isto vai depender da substância à qual o cão é alérgico e do seu contacto com ela.

Como é que a dermatite atópica é diagnosticada?

O diagnóstico é feito com base no seguinte:

  • Sintomas.
  • Exclusão de outras doenças  não há nenhum exame que nos diga que um cão tem dermatite atópica. Por isso, para se obter um diagnóstico, tem que se excluir todas as doenças que tenham sintomas parecidos.

A necessidade desta exclusão leva a que o diagnóstico seja um processo demorado e possivelmente caro.

Tratamento:

O tratamento adequado varia conforme o tipo de alergia, a sua gravidade e a reação do próprio cão às várias terapêuticas. Consequentemente, cada cão precisa de ser avaliado por um médico(a) veterinário(a), de modo a que este possa elaborar um tratamento feito à medida. Este deve ser feito durante o resto da vida do nosso amigo canino, de modo a conseguir controlar a doença.

Este tratamento inclui muitas vezes comprimidos ou pomadas, sendo o seu principal objetivo controlar os sintomas, especialmente a comichão.

“Mas esse tratamento faz parte da atuação do médico(a) veterinário(a), não há nada que eu possa fazer enquanto dono/tutor/cuidador?”

Na verdade, há várias coisas que pode fazer que ajudam o seu cão, tais como:

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  • Banhos – banhos regulares podem ser uma mais-valia para o seu amigo. O seu efeito é tão positivo que até podem ser a única medida necessária para controlar a doença, em casos ligeiros. Este efeito é consequência da eliminação de substâncias que possam estar a contactar com a pele e a causar a alergia.
  • Ácidos Gordos – a suplementação destes ácidos, quer através da dieta ou da aplicação de cremes próprios nas zonas de pele alterada, traz benefícios para os cães com dermatite atópica. Isto acontece porque estes ácidos gordos vão formar uma camada protetora à superfície da pele, protegendo-a de agressões exteriores.
  • Cremes hidratantes – uma das consequências do eczema é a pele ficar seca. Esta secura pode agravar ainda mais a comichão, pelo que deve ser evitada. Uma maneira de conseguir isto é aplicar um creme hidratante nos eczemas. No entanto, caso se opte por isto, é preciso ter cuidado para que eles não lambam o creme.

Qual o impacto da dermatite atópica na minha vida e na do meu cão?

Quanto maior a intensidade da comichão menor o nível de qualidade de vida dos cães com dermatite atópica.

Mas este impacto negativo na qualidade de vida pode acontecer também os donos/tutores/cuidadores! É comum estes sentirem algum grau de stress, não só por verem o seu cão doente, mas também pelo desgaste provocado pelo “fardo” que é o tratamento para o resto da vida.

No entanto, se o seu cão tiver dermatite atópica não desespere! Apesar desta doença ter os seus desafios, pode ser facilmente controlada com as medidas certas. Não hesite em consultar o seu médico(a) veterinário(a), pois este é a pessoa mais indicada para o ajudar e tirar as suas dúvidas. Lembre-se que uma boa comunicação com este(a) vai permitir um tratamento o mais personalizado e adequado possível, melhorando ao máximo a sua qualidade de vida e a do seu amigo.

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