Lagarta do Pinheiro: uma procissão de alto risco!

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Todos os anos, entre Fevereiro e Maio, multiplicam-se os avisos e alertas sobre a lagarta do pinheiro, e o risco do seu contacto com humanos e animais de estimação.

Contudo, para quem adotou pela primeira vez um novo membro na família, canino ou felino, é possível que esta informação lhe tenha passado despercebida, ou ainda não saiba reconhecer esta procissão de alto risco.

Mas afinal, qual a particularidade destas lagartas? E como podem elas, parecendo tão indefesas, constituir um perigo para nós e para os nossos pets?

Explicamos-lhe tudo!

Lagarta do Pinheiro ou Processionária?

De facto, ambas as designações para a Thaumetophoea pityocampa, nome científico deste inseto, estão corretas.

A primeira, porque se trata de uma praga que infesta principalmente pinheiros, mas que também pode ser encontrada em cedros. A segunda, porque estas lagartas se deslocam vagarosamente umas atrás das outras, em fila indiana, no que mais parece uma procissão.

Qual a altura de maior risco?

O ciclo de vida destas lagartas, com duração aproximada de um ano, apresenta duas fases: uma aérea, nas árvores, e outra terrestre, no solo.

E é precisamente entre Fevereiro e Maio, quando abandonam os seus ninhos definitivos nas copas das árvores (semelhantes a novelos de seda), e iniciam a descida em direção ao solo, numa migração coletiva, que o risco de contacto é mais elevado.

Lagarta do pinheiro - quadrado

No entanto, dependendo das condições climatéricas, é possível encontrar lagartas no chão já em Janeiro, e até mesmo em Dezembro. Isto porque o clima também influencia o seu grau de desenvolvimento, e pode acelerar ou retardar o processo.

Porque constituem um perigo?

A superfície do corpo da lagarta do pinheiro encontra-se revestida por milhares de pêlos urticantes, defesas contra os predadores naturais, que contêm uma proteína tóxica no seu interior, a taumetopoína.

É ela a responsável pelas reações alérgicas em humanos e animais, seja através da inalação dos pêlos dispersos no ambiente ou depositados em superfícies, ou pelo contacto direto com a pele e mucosas.

Lagarta do pinheiro - quadrado copy

No caso do Homem, as crianças acabam por ser as mais vulneráveis, pela sua curiosidade natural, que as leva a mexer nas lagartas e, em seguida, esfregar os olhos e a boca. Para isto, em muito contribui o aspeto visual das processionárias, com a sua aparente fofura e as suas cores bem atrativas.

Com os nossos animais de companhia, embora os gatos possam ser afetados, são sobretudo os cães, também curiosos e com um comportamento mais explorador e brincalhão, que tendem a ser mais atraídos por esta intrigante procissão. O mais comum é que as tentem farejar ou lamber, podendo também ingeri-las e, nalguns casos, até pisá-las.

Quais os sinais de alerta nos nossos pets?

São variáveis e tendem a progredir ao longo do tempo, dependendo do animal e do tipo e da quantidade de exposição:

  • Hipersalivação,
  • Prurido intenso na face,
  • Inchaço dos lábios e das pálpebras (alguns casos, que incluem lesões na conjuntiva e córnea, podem originar perda total da visão),
  • Lesões na língua e dificuldade em comer (a necrose dos tecidos pode ser rápida e exuberante, levando mesmo à queda de algumas partes, o que irá impossibilitar o animal de comer),
  • Vómito e/ou diarreia,
  • Apatia.

As situações mais graves podem evoluir rapidamente para dificuldades respiratórias e asfixia, ou desenvolver até um quadro de choque anafilático com tremores musculares, coma e morte.

O que fazer em caso de contacto ou suspeita de contacto?

A melhor recomendação é só uma – nunca esperar!

Se possível, devemos calçar umas luvas, para não contactarmos com os pêlos urticantes, e lavar a zona afetada abundantemente com água.

Como não existe nenhum antídoto específico para a toxina da lagarta do pinheiro, quanto mais cedo for iniciado o tratamento (apenas sintomático), melhor o prognóstico. Por isso, em caso de contacto ou mera suspeita, levar o nosso pet de imediato ao veterinário.

Existe alguma prevenção?

Nas zonas populacionais de maior risco, vem sendo hábito a utilização de diversos métodos de controlo, para reduzir os danos provocados por esta praga e controlar a sua disseminação.

Contudo, à falta deles ou na sua ineficácia, cabe-nos a nós, enquanto tutores, evitar o contacto dos nossos animais com a lagarta do pinheiro. Para tal, basta que evitemos os passeios a pinhais, jardins ou bosques, onde existam pinheiros ou cedros. E se os nossos pets tiverem livre acesso à rua, devemos limitá-lo nessa altura do ano, mantendo uma vigilância ativa, para que possam ficar protegidos.

Se virmos algum ninho ou procissão, seja na rua onde moramos, no parque que costumamos frequentar ou no nosso próprio jardim, devemos manter a distância e impedir que as crianças ou animais se aproximem. E assim que possível, entrar em contacto com a câmara municipal da nossa área de residência, para qualquer avistamento no exterior, ou com uma empresa certificada que faça o tratamento das árvores afetadas, se estiverem na nossa propriedade.

Acima de tudo, não desespere! Os passeios ao ar livre e as atividades exteriores são importantes não só para o nosso bem-estar, como para o dos nossos pets, e não devem ser desconsiderados de todo!

Por isso, com os devidos cuidados e atenção, podemos continuar a tirar o melhor partido das experiências fora de casa, numa altura em que os dias são cada vez maiores e o sol é ainda mais convidativo.

Guarde este e outros alertas sobre a saúde e segurança do seu pet na aplicação Petable:

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