21 a 27 de Março é a semana de Sensibilização e Consciencialização para a Prevenção de Tóxicos para Animais. Um tema muito importante, porque a maioria dos envenenamentos nos nossos pets só são visíveis quando os sintomas se manifestam de forma exuberante e nessa altura pode ser demasiado tarde.
Em primeiro lugar devemos saber quais são os produtos tóxicos do nosso dia-a-dia que podem estar ao alcance, para removê-los ou mudá-los de local. Também é muito importante saber quais os sintomas aos quais devemos estar atentos e, por último, o que fazer em caso de intoxicação.
Quais são os produtos tóxicos para pets?
Deixamos a lista dos principais produtos tóxicos para animais:
Produtos químicos:
- “Veneno dos caracóis”
- Raticida
- Lixívia
Medicamentos:
- Ibuprofeno e ácido acetilsalicílico (“Brufen” e “Aspirina”)
- Acetaminofeno e paracetamol (“Ben-U-Ron”, “Panadol”, “Tylenol”)
- Desparasitantes externos não adequados à espécie animal (p.ex. usar uma pipeta das pulgas de cão com permetrinas, num gato)
Alimentos:
- Chocolate
- Álcool
- Abacate
- Nozes da macadâmia
- Uvas
- Passas (que no fundo são uvas secas)
- Xilitol (presente em muitos rebuçados e doces)
- Cebola, cebolinho e alho
- Tomate
- Sal
- Massa de pão crua
Plantas:
- Lírios
- Túlipas
- Aloé Vera
- Palmeira Cica
- Oleandro
- Hera
- Rododendro
- Ricínio
Que sintomas são mais comuns nas intoxicações?
Dependendo do tipo de contacto com agente tóxico (inalação, ingestão ou contacto direto com a pele) e do próprio agente tóxico, a sintomatologia pode variar, passar despercebida ao princípio ou até mesmo ser confundida com outro tipo de problema.
Os sintomas mais comuns são gastrointestinais como os vómitos, diarreia, inchaço abdominal e hipersalivação. Podem ocorrer sinais neurológicos como convulsões e tremores. O inchaço da face e das extremidades (patas inchadas), assim como dificuldade respiratória, aparecimento de “borbulhas” ao longo do corpo, sangue na urina e alteração da cor das mucosas (azul, esbranquiçado e amarelado), também podem ser indicadores de intoxicação.
No entanto, há sinais mais característicos de determinados tóxicos, como:
- Ingestão de “veneno dos caracóis”: provoca vómito e/ou diarreia azuis e hálito com cheiro a “maçãs verdes”
- Raticida: os sintomas podem ocorrer em 10 a 30 minutos ou até 2 semanas depois da sua ingestão – por ingestão direta do “veneno” ou através da ingestão de roedores envenenados. Muitos raticidas são poderosos anticoagulantes e a morte ocorre por hemorragia interna, por isso os primeiros sinais podem ser hematomas extensos, dores agudas e inchaço nas articulações.
- Lixívia: a intoxicação pode ocorrer por inalação, ingestão ou por contacto direto e um dos principais sinais é o vómito espumoso com cheiro a lixívia.
Como atuar em caso de intoxicação?
O que fazer?
- Calçar luvas
- Colher amostras do que estava a ser ingerido ou do vómito (pode ser importante para enviar para laboratório e identificar o veneno) – coloque num saco de plástico ou copo de amostras bem selado.
- Dirigir-se IMEDIATAMENTE ao Médico Veterinário
O que NÃO fazer?
- Dar sal
- Tentar induzir o vómito, excepto por indicação médico-veterinária
- Colocar os dedos ou objetos na parte posterior da garganta
- Administrar leite, azeite, ovos ou outras substâncias na tentativa de “absorver” o tóxico. Dependendo do tipo de veneno, alguns podem ser potenciados pelo efeito de gorduras (como o azeite). Forçar a ingestão num animal debilitado também pode provocar falsos trajetos, culminando com líquido nos pulmões.
NÃO induzir o vómito:
- sem indicação do seu médico veterinário (a primeira ação é sempre telefonar-lhe)
- quando o animal já está a vomitar
- quando o animal está fraco, gravemente doente ou inconsciente
- se a exposição ao agente tóxico foi por via inalatória
- em caso de convulsões
- se a exposição ao agente tóxico foi há mais de 2 horas
- no caso de ingestão de hidrocarbonetos (gasolina, líquido dos travões) ou de agentes cáusticos ou corrosivos (detergentes, ácidos, etc…)
- na impossibilidade de proteger as vias respiratórias (i.e., megaesófago, paralisia da laringe, sedação, etc.)
- se houver perda do reflexo de deglutição
- quando o pet já vomitou
- em caso de agente tóxico desconhecido
- nas raças braquicefálicas – de focinho achatado (Bulldogs, Pugs, etc)
RECORDE sempre:
- Se a intoxicação for por contacto e tiver indicação para o lavar rapidamente, não deixe o seu pet lamber a espuma ou a água do banho (caso tenha havido contacto direto com o agente tóxico);
- Sempre que possível, leve para o veterinário a embalagem ou uma amostra do tóxico;
- Nunca utilizar “tratamentos caseiros” que podem potenciar o efeito do tóxico e interferir com a ação do tratamento médico adequado.
Num caso de intoxicação, a rapidez na atuação pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Se tem alguma suspeita, dirija-se imediatamente ao seu Médico Veterinário!
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