LEPTO… QUÊ? LEPTOSPIROSE!

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Já ouviu falar em Leptospirose? Talvez tenha ouvido alguém a referir-se à “doença dos ratos”. Se é tutor de um cão, ou se tem amigos com cães, talvez um dia já se tenha cruzado com o termo leptospirose. Mas o que quer significa para a saúde dos nossos cães? Ajudamo-lo a descortinar o significado.

A Leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria do género Leptospira. Pode afetar pessoas e animais e por isso é chamada zoonose. Esta doença é potencialmente fatal nos cães e nas pessoas.

No nosso país, os ratos e as ratazanas são os principais responsáveis pela sua transmissão. Estes animais, uma vez infetados são chamados reservatórios da doença. A bactéria multiplica-se nos seus rins e é excretada através da urina, por vezes, durante toda a vida do animal reservatório.

 

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E agora você está a pensar “o que é que os ratos têm a ver com o dia-a-dia dos nossos cães?”

Basta que haja contacto com a urina de um rato infectado ou com águas ou alimentos contaminados por urina (mesmo sem vermos a presença dos roedores) para que a doença seja contraída. E além disso, como todos sabemos, os cães machos cheiram com frequência a urina uns dos outros, pelo que este também pode ser um meio de transmissão entre os próprios cães. No ser humano a infeção ocorre por contato com água, comida ou solos contaminados pela urina de animais infetados. Por contato entenda-se ingestão ou mesmo contato com olhos, nariz e boca ou através da pele, especialmente se tiver cortes ou feridas que facilitem a entrada do agente que causa a doença.

Sazonalidade

O “alerta vermelho” para esta doença são os dias chuvosos e com temperaturas amenas, pelo que é considerada uma doença sazonal.

Sintomas nos cães

Que sinais podem ser indicativos ? Os sintomas são vários e variam de animal para animal. Alguns podem não exibir qualquer sintoma, outros podem apresentar sinais ligeiros como perda de apetite e perda de atividade, mas outros podem manifestar sinais muito exuberantes – febre, vómito, diarreia, inflamação ocular, prostração grave, hemorragias, icterícia.

O que fica afetado na Leptospirose?

É frequente afetar os rins e pode também afetar o fígado. Ao mesmo tempo pode surgir gastroenterite, anemia e problemas de coagulação.

Convém estar atento e informado, pois é uma doença de início súbito e evolução rápida e o diagnóstico precoce é muito importante. Na dúvida, contacte sempre o seu Médico Veterinário e procure informar-se.

Tratamento

A maioria dos casos necessita de internamento. Consoante a gravidade do caso, o tratamento inclui fluidoterapia, antibioterapia, hemostáticos, podendo necessitar de transfusões sanguíneas ou hemodiálise.

Perante a alta taxa de mortalidade da Leptospirose e o terror de sequelas irreversíveis é crucial apostar na prevenção. E porque nenhum tutor quer ver o seu cão doente, muito menos internado longe do conforto do seu lar e dos seus mimos, a principal arma contra esta doença é a vacinação.

A nível epidemiológico, prevenir a Leptospirose também é tratar e isolar animais doentes (para evitar disseminação), controlar as populações de roedores e evitar águas paradas. Tanto quanto possível, devemos evitar passear com os nossos cães em locais com águas paradas ou onde saibamos que existem roedores (perto de lixeiras ou esgotos, à beira-rio, etc)

 

Autora: Inês Domingos, Médica Veterinária

 

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