Se a Vida do Seu Animal é Uma Festa, os Parasitas Não Estão Convidados!

Home / Cães / Se a Vida do Seu Animal é Uma Festa, os Parasitas Não Estão Convidados!

Todos nós já organizámos festas em determinados momentos das nossas vidas, e sabemos que é muito aborrecido quando, precisamente no ponto alto da diversão, surgem indivíduos que não foram convidados e que, pelo seu mau-feitio, podem pôr em risco o sucesso do evento. Ora, se queremos que a vida dos nossos animais seja vivida em pleno, como uma festa, temos de anular a hipótese de essas más companhias surgirem e arruinarem os bons momentos, certo? E nem é nada difícil: se pensarmos na vida dos nossos animais como uma festa, os parasitas não estão, obviamente, convidados a fazer parte dela, e temos de ser nós, tutores diligentes e atenciosos, a vestir a capa de super-heróis para correr de vez com eles!

São muitos os parasitas dispostos a tudo para conseguir uma boleia na pelagem sedosa e macia dos nossos melhores amigos. Variados nas suas características e nos efeitos que podem causar à saúde e ao bem-estar dos nossos animais e, em alguns caso,s também à nossa qualidade de vida. Desengane-se quem pensar que, por serem pequeninos, são inofensivos! Na verdade, ácaros, piolhos, pulgas e carraças – para falar apenas dos mais comuns parasitas externos – podem ser a génese de problemas bastante sérios, que todos queremos evitar. A prevalência dos chamados ectoparasitas pode ser variável consoante a estação do ano, a região que habitamos e o estilo de vida dos nossos animais. No entanto, é possível que, mesmo com todo o cuidado, os nossos animais apresentem algum problema deste tipo em algum momento das suas vidas. Não é o fim do mundo, se for devida e atempadamente resolvido.

  • ÁCAROS – Não serão, porventura, os intrusos mais conhecidos, mas podem ter efeitos devastadores! Os ácaros são parasitas da pele que se alojam, dissimulados pela pelagem, na pele dos nossos cães e gatos. Têm apenas algumas décimas de milímetro, e por isso dificilmente seremos capazes de os detectar à vista desarmada. No entanto, podem causar alterações significativas, muito incómodas e desagradáveis na pele (e também nos ouvidos) dos seus hospedeiros. Um exemplo destas alterações é a sarna, uma doença altamente contagiosa e que, devido às elevadas competências sociais dos animais, pode ser rapidamente transmitida entre eles e entre eles e os humanos com quem convivam.
  • PIOLHOS – Todos já ouvimos falar de piolhos, mas frequentemente associamos mais a sua presença a crianças em idade escolar do que a animais. Claro que os piolhos que afectam os cães e gatos são diferentes dos que atingem os nossos filhos, mas se não gostamos de uns não há qualquer razão para que toleremos ou simpatizemos com os outros! Por ser de uma espécie diferente da que afecta os humanos, o piolho que parasita os nossos cães e gatos não é transmissível aos restantes elementos da família. Visíveis a olho nu, os piolhos podem provocar prurido, queda de pêlo e dermatites, além de tornar os animais afectados mais inquietos, pelo incómodo e pela comichão que sentem.
    Os piolhos não têm asas, e por isso não acalentam o sonho de voar. Por essa razão, a infestação por este parasita só é transmissível através do contacto directo entre animais e pela partilha de objectos como camas, mantas, toalhas, escovas e alguns brinquedos. E se os chamados “piolhos mastigadores” apenas se alimentam de restos de células, detritos provenientes da descamação própria da pele e pelos, os “mordedores” preferem o sangue dos seus hospedeiros, pelo que, em casos de grandes infestações, poderão gerar situações graves de anemia no animal afectado.
  • PULGAS – As pulgas são os parasitas mais comuns em animais de companhia e porventura os mais temidos pelos tutores, já que facilmente podem ser transmitidos aos seres humanos. São reprodutores prolíferos, o que significa que um pequeno grupo destes organismos poderá originar, em pouco tempo, milhares deles, e “atacam” de forma praticamente indiferenciada ao longo de todo o ano. No entanto, e é nisso que reside a dificuldade em combatê-las, em caso de infestação só cerca de 5% das pulgas estarão alojadas na pelagem do animal, enquanto as restantes, sob a forma de ovos, larvas e casulos, estarão já escondidas nos tapetes, debaixo dos revestimentos, nos estofos e em todos os abrigos e cobertores usados por ele.
    Porque os casulos podem permanecer inactivos durante meses, por vezes pensamos ter dado fim a uma infestação de pulgas quando, de repente, surge no ambiente doméstico uma nova geração destes parasitas. Para eliminar completamente uma colónia de pulgas é necessário garantir a interrupção do seu ciclo de vida, evitando que os parasitas adultos possam começar a pôr ovos que mais tarde poderão gerar novo foco de infestação. Muito incómodas pela grande comichão que provocam, podem transmitir vermes e causar doenças mais graves, pelo que é fundamental cumprir um programa adequado de prevenção, incluindo a desparasitação regular de todos os animais domésticos.
  • CARRAÇAS – Outro pequeno grande inimigo dos animais é a carraça. Nas estações do ano mais amenas, com os índices de humidade mais adequados à sua subsistência, quando é maior a exposição solar e a intensidade da luz, as carraças encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Há que ter em conta, no entanto, que em Portugal as carraças não desaparecem nos meses mais frios, pelo que é fundamental cumprir um plano contínuo de prevenção, respeitando sempre os prazos para desparasitação definidos em conjunto pelo tutor e pelo veterinário. Até encontrar um hospedeiro que possa parasitar, que pode ser um cão, um gato ou mesmo um ser humano, as carraças sobrevivem no ambiente à nossa volta: na vegetação, em muros…
    Através da mordedura, as carraças podem causar lesões na pele do hospedeiro. As neurotoxinas presentes na sua saliva podem então provocar efeitos tóxicos e, em casos mais graves, paralisia. A sua capacidade de ingestão de sangue em grandes quantidades pode provocar uma anemia mais ou menos grave e um estado generalizado de debilidade no hospedeiro. Paralelamente, as carraças podem ser agentes transmissores de outras doenças provocadas por protozoários, bactérias e vírus. Entre as doenças que as carraças podem transmitir aos animais e aos seres humanos estão a babesiose, a borreliose (ou doença de Lyme) e a ehrliquiose (ou febre da carraça).

Por todas estas razões, é essencial respeitar o programa de desparasitação definido pelo veterinário que assiste os nossos animais, salvaguardando assim a saúde e o bem-estar de toda a família e garantindo que na festa que há-de ser a vida deles não haja interferências de parasitas que poderiam ter efeitos muito adversos. Não é difícil, e está apenas nas nossas mãos! ☺

Carla Teixeira
Jornalista | Crazy Cat Mom

appstore playstore

 

Comments(0)

Leave a Comment